CRQ-VI homenageia primeira mulher indígena a se formar em Engenharia Química pela UFPA






O Conselho Regional de Química da 6ª Região (CRQ VI – Pará/Amapá) homenageou, na última terça-feira (11), Dhessyca Maria Vitória Gonçalves Soares, a primeira mulher indígena a se formar em Engenharia Química pela Universidade Federal do Pará (UFPA). Em um encontro marcado pelo reconhecimento e pela inspiração, o CRQ-VI celebrou a trajetória de Dhessyca, simbolizando a importância da inclusão e da representatividade de mulheres indígenas na ciência.


A homenagem foi realizada no Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência e reafirma o compromisso da entidade com a valorização da diversidade no campo científico. Durante a visita à sede do Conselho, Dhessyca recebeu uma menção honrosa e o registro provisório para recém-formados, uma iniciativa do Sistema CFQ/CRQs para apoiar os novos Profissionais da Química em sua inserção no mercado de trabalho.


A presidente do CRQ-VI, Cristiane Leal Costa, teve uma conversa enriquecedora com Dhessyca, na qual discutiram sua trajetória acadêmica, os desafios enfrentados ao longo do curso e suas aspirações futuras. A conversa também ressaltou a importância dessa conquista para a promoção da diversidade e inclusão no campo da Engenharia Química.


Cristiane destacou o significado da presença de uma mulher indígena na Química e na Engenharia Química e o impacto dessa conquista para o setor.


“A conquista de Dhessyca reflete os objetivos estratégicos do Sistema CFQ/CRQs, que busca consolidar a Química como uma área essencial para o desenvolvimento do Brasil. Ao incentivar a presença de grupos historicamente minoritários, o CRQ-VI fortalece a percepção da sociedade de que a Química deve ser plural, acessível e essencial para o crescimento sustentável do país”, afirmou.



Ela também enfatizou a relevância de dar visibilidade a marcos como o de Dhessyca. “Celebrar conquistas como essa ajuda a desconstruir estereótipos e a incentivar políticas que ampliem o acesso de grupos minoritários ao ensino superior e ao mercado de trabalho”, acrescentou.


Sensibilizada com a homenagem, Dhessyca comentou sobre o significado do reconhecimento. “Me senti muito emocionada, primeiramente com a formatura. Foram anos difíceis, entre a universidade e a vivência fora dela, e receber essa homenagem do CRQ foi uma vitória. Parece que todas as lutas foram recompensadas. Foi muita felicidade receber esse reconhecimento”, celebrou.


Ela também falou sobre a importância de se tornar uma referência para outras meninas indígenas. “Quando procurei uma área de exatas, não encontrei nenhuma referência de mulheres indígenas. Hoje, poder ser uma referência para outras meninas e levar o que aprendi para elas é muito gratificante”, afirmou.


A presidente do CRQ-VI finalizou ressaltando como a promoção da pluralidade na Ciência pode ser uma aliada para o desenvolvimento de soluções mais inclusivas e ecológicas.


“Profissionais com experiências culturais distintas oferecem perspectivas enriquecedoras, principalmente em regiões como o Pará e o Amapá, onde o conhecimento indígena pode ser integrado aos processos químicos modernos, promovendo bioeconomia, sustentabilidade e desenvolvimento regional. Ao incentivar a representatividade dentro da Química, o CRQ-VI contribui para a construção de um setor mais inclusivo, competitivo e socialmente responsável”, declarou.


Com planos de continuar seus estudos, Dhessyca revelou sua intenção de seguir para o mestrado. “Pretendo ingressar no mestrado e, quem sabe, trabalhar em uma tese com outras meninas da Engenharia que estão na graduação. Quero continuar contribuindo para a evolução da Engenharia Química e inspirar mais mulheres a seguirem esse caminho”, finalizou.


 






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