
Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central aumentou a taxa básica da economia (Selic) em 1 ponto percentual, para 14,25% ao ano, conforme esperado.
É o maior patamar desde outubro de 2016. Foi a quinta elevação seguida do novo ciclo de aperto monetário, iniciado em setembro de 2024.
A decisão do BC, agora presidido pelo economista Gabriel Galípolo e com sete diretores indicados pelo Presidente Lula, foi unânime.
No comunicado, Copom sinalizou mais uma alta na próxima reunião, em maio, “de menor magnitude”. Boletim Focus do Banco Central prevê que a Selic feche 2025 a 15%.
BC afirma que o ambiente externo permanece desafiador, pela política econômica nos Estados Unidos, principalmente pela incerteza acerca da política comercial.
No cenário doméstico, a inflação cheia e as medidas subjacentes mantêm expectativas acima da meta da inflação.
As projeções da inflação para 2025 e 2026, apuradas pela pesquisa Focus, elevaram-se de forma relevante e situam-se em 5,7% e 4,5%, respectivamente.
NO MUNDO – Apesar do aumento da Selic, a taxa de juros real brasileira está em 8,79% ao ano, segundo o site Infomoney, atrás da Turquia (11,90%), Argentina (9,35%) e Rússia (8,91%).
REPERCUSSÃO – Entidades da indústria, do comércio e centrais sindicais são unânimes em dizer que os juros de 14,25% ao ano prejudicam a recuperação da economia, ameaçando o emprego e o consumo.
Confederação Nacional da Indústria (CNI) destacou que a decisão não tem outros efeitos além de prejudicar a economia. A taxa alta desconsiderou a queda do dólar e da cotação do petróleo no mercado internacional, fatores que ajudam a segurar a inflação.
Associação Paulista de Supermercados (Apas) pediu mais “parcimônia” ao Copom para calibrar melhor a política monetária e não prejudicar a economia.
Porém, a Associação Comercial de São Paulo (ACSP) considera que o BC terá de aumentar os juros enquanto os gastos do Governo estiverem altos.
SINDICATOS – Centrais sindicais também se manifestaram.
Contraf-CUT considerou que a decisão aumenta o aperto financeiro sobre a população.
Força Sindical destaca que o Banco Central não mudou a política monetária na gestão do novo presidente, Gabriel Galípolo.
“Os juros continuam proibitivos e o Brasil perde outra chance de apostar na produção, no consumo e na geração de empregos”, diz a CUT.
JUROS NOS EUA – Federal Reserve (Fed, banco central norte-americano), decidiu manter a taxa básica de juros no intervalo de 4,25% a 4,50% ao ano. Reflete a maior preocupação sobre o impacto da atual política econômica do presidente dos EUA, Donald Trump, especialmente na inflação.
A decisão era aguardada pelo mercado.
ORÇAMENTO HOJE – Presidente do Congresso Nacional, Davi Alcolumbre, convocou sessão semipresencial para as 15h de hoje, tentando votar o Orçamento da União de 2025, atrasado desde dezembro.
Antes, o projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) precisa ser votado na Comissão Mista de Orçamento (CMO).
Leitura do relatório final do senador Angelo Coronel (PSD-BA) está marcada para 10h. Há temas polêmicos no Orçamento, como Minha Casa Minha Vida, programa Pé de Meia, Bolsa Família e emendas parlamentares.
EMENDAS – Senado aprovou projeto que quita os chamados “restos a pagar” do Orçamento até 2026. A proposta garante o pagamento de recursos não executados acumulados de 2019 a 2022. Entre esses valores, estão verbas do extinto “orçamento secreto”, relativo a emendas parlamentares. Texto segue para sanção presidencial.
ALIMENTOS – Ministério da Fazenda afirma que, se todos os estados brasileiros decidirem reduzir a zero a alíquota do ICMS dos produtos da cesta básica, poderá haver deflação de 2,91% nesses alimentos.
Na inflação geral, calculada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o impacto seria de 0,46% no resultado anual. Até o momento, apenas o Piauí aplicou essa medida, que está em discussão noutros estados.
VENEZUELA – Secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, ameaçou impor “sanções severas e crescentes” à Venezuela, caso o país se recuse a receber um “fluxo consistente de voos de deportação” de venezuelanos provenientes dos Estados Unidos.
INAUGURAÇÃO – Presidente Lula inaugurou Barragem de Oiticica, em Jucurutu, no Rio Grande do Norte, que faz parte do Projeto de Integração do Rio São Francisco, com investimento de R$ 765 milhões. Primeiros canais começaram a ser abertos em 2007. Hoje o Palácio do Planalto não divulgou agenda.
ESCOLAS – Supremo Tribunal Federal liberou licitação do governo de São Paulo para a concessão da gestão de 33 escolas públicas à iniciativa privada. Justiça paulista tentava derrubar este projeto.
APOSTAS – A CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) das Apostas Esportivas, do Congresso Nacional, aprovou relatório do senador Romário (PL-RJ).
E pede indiciamento de Bruno Tolentino Coelho, tio do jogador brasileiro Lucas Paquetá.
MULHER – Senado aprovou projeto que aumenta a pena no crime de violência psicológica contra a mulher quando praticado com o uso de inteligência artificial. Segue para sanção presidencial.
GUERRA – Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, conversou por telefone com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, afirmando que as negociações de paz entre Rússia e Ucrânia estão no caminho certo.
Zelensky classificou o diálogo como “franco e positivo”, expressando esperança de que, sob a liderança americana, uma paz duradoura possa ser alcançada ainda este ano.
Rússia exige o fim do fornecimento de armas e inteligência ocidental à Ucrânia, mas países europeus já garantiram que manterão o apoio militar.
Uma nova rodada de negociações está marcada para domingo, na Arábia Saudita. Em gesto de distensão, Rússia e Ucrânia trocaram 175 prisioneiros de guerra de cada lado.
SELEÇÃO – Estádio Mané Garrincha, de Brasília, será palco hoje à noite do jogo da Seleção Brasileira contra a Colômbia, nas Eliminatórias da Copa do Mundo de 2026, transmitido pela Globo.
CANDIDATO – Em redes sociais, cantor Gusttavo Lima anunciou que não vai concorrer a nenhum cargo em 2026. Ele queria ser candidato a presidente.
OUTONO – Verão termina hoje, dando espaço para o outono…
VISTOS – Senado decidiu sustar o decreto do Governo que exige o visto diplomático de cidadãos da Austrália, do Canadá, dos Estados Unidos e do Japão a partir do dia 10 de abril.
O decreto 11.515 foi publicado em maio de 2023, revogando o decreto 9.371, de 2019, que dispensava os vistos. O surpreendente projeto de sustação foi apresentado pelo senador Carlos Portinho (PL-RJ), relatado pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e segue agora para a Câmara dos Deputados.
ECONOMIA – Índice Bovespa, da Bolsa de Valores, fechou ontem em 132.508 pontos, com alta de 0,78%.
MOEDAS – FONTE: BC
⬇ Dólar Comercial: R$ 5,64 (-0,43%)
⬇ Dólar Turismo: R$ 5,87 (-0,37%)
⬇ Euro Comercial: R$ 6,15 (-0,85%)
⬇ Euro Turismo: R$ 6,41 (-0,77%)
⬆ Bitcoin: R$ 481.735 (+3,56%)
Por RENATO RIELLA / (NEWS RENATO RIELLA – 20 MARÇO)
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