
O câncer de esôfago é uma doença silenciosa e muitas vezes confundida com problemas digestivos comuns. Esse foi o diagnóstico do britânico Dave Chuter, que descobriu a doença aos 30 anos, após anos lidando com sintomas aparentemente inofensivos.
Durante anos, ele sentiu azia e desconforto digestivo, aliviando os sintomas com medicamentos. Dave acreditava que o refluxo ácido era causado pelo estresse, pela rotina de trabalho e até mesmo por certos alimentos, como o uso de curry em pratos apimentados.
“Tomei remédios por alguns meses e os sintomas melhoraram mas, na verdade, eles apenas mascaravam a doença. Como a maioria das pessoas, eu achava que era normal”, contou em entrevista ao jornal The Sun.
No entanto, em 2006, quando já tinha 52 anos, Dave passou a ter dificuldades para engolir e percebeu que algo não estava certo. Ao procurar um médico, foi inicialmente diagnosticado com azia, mas acabou sendo encaminhado para uma endoscopia por precaução.
“Me disseram que eu era muito jovem para ter câncer de esôfago, mas fariam o exame para garantir”, lembrou.
O diagnóstico veio como um choque: o britânico tinha câncer de esôfago, uma doença que se desenvolve no revestimento do tubo que transporta os alimentos da garganta ao estômago. O período seguinte ao laudo médico foi de muita confusão e decisões difíceis.
“Receber a notícia foi devastador. Minha esposa, Gill, e eu fomos caminhar até nosso lugar favorito e apenas sentamos e choramos. A escolha que eu tinha era passar por uma cirurgia arriscada ou encarar a perspectiva de viver apenas mais seis a nove meses”, contou.
Dave optou pela cirurgia, que removeu mais de 75% de seu estômago e a maior parte do esôfago. “Foi uma operação enorme, mas sem ela eu não estaria aqui”, afirmou o homem 20 anos após o diagnóstico.
Superação e dedicação à conscientização
Atualmente com 71 anos e aposentado do setor gráfico, Dave dedica a vida a trabalhar na defesa de pacientes com câncer e ajudar outras pessoas afetadas pela doença. Recentemente, ele foi convidado para conhecer um projeto que busca melhorar as taxas de sobrevivência ao câncer de esôfago.
A iniciativa é cofinanciada pela Worldwide Cancer Research, instituição que apoia pesquisas globais sobre o câncer, e pela Guts UK, organização voltada para doenças do sistema digestivo.
Dave se emocionou ao acompanhar o trabalho dos pesquisadores da Universidade de Cambridge. “Como alguém que passou por essa jornada e conhece pacientes que estão enfrentando essa batalha, isso nos dá esperança. Ver tantos esforços sendo feitos para encontrar curas e prevenir o câncer é inspirador”, disse.
Para ele, a colaboração entre instituições é essencial. “Temos que trabalhar juntos, compartilhar conhecimento e especialização para encontrar soluções. A parceria entre a Worldwide Cancer Research e a Guts UK é um exemplo de como devemos atuar para vencer o câncer”.
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https://jornalismodigitaldf.com.br/homem-descobre-cancer-apos-atribuir-sintomas-ao-uso-de-curry-na-comida/?fsp_sid=123095